O que ganhamos publicando um livro no Wattpad?

Monetariamente, nada.

Os escritores que se aventuram no Wattpad fazem-no com o objetivo de: 1) Ganharem leitores/seguidores; 2) Ouvirem opiniões quanto à sua obra; 3) Treinarem a sua escrita.

Claro que, caso algum dos seus livros faça sucesso na rede, poderão publicá-lo como e-book na Amazon, ou noutro site que tenha esse serviço. Assim os leitores interessados poderão comprá-lo digitalmente; ou até mesmo fisicamente, caso o escritor encontre uma editora interessada, ou trate ele próprio da produção física.
Por este motivo, não é difícil encontrar obras de degustação no Wattpad. Nestas, apenas estão disponíveis alguns capítulos, que servem para o leitor se envolver com a história e, se gostar e quiser ler mais, que o compre.

Porém, ganhar leitores fiéis ou comentários construtivos pode ser bem mais útil, pois ter alguém que apoie a nossa obra irá transmitir-nos uma enorme confiança, e pode ser que um desses comentários nos dê a motivação e a sabedoria suficiente para nos tornarmos melhores escritores daqui em diante.

Português Europeu e português do Brasil - As diferenças

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.

Bem, chegou a hora de falar abertamente sobre este assunto. E que melhor forma de o fazer, se não dedicando-lhe um capítulo?

O motivo que me fez querer escrever sobre este tema foi algum desconhecimento que encontrei das duas partes face à língua do outro lado do Atlântico. Há diferenças conhecidas por todos, como o uso do "você" e do "tu", do "celular" e do "telemóvel", ou até mesmo do controverso "Ora, pois".

Além do mais, deparei-me recentemente com um comentário no Wattpad de alguém que dizia abandonar uma obra assim que percebesse que estava escrita em português de Portugal. Não digo que não tenha o direito de o fazer, no entanto custa um pouco, sendo portuguesa, perceber que essa descriminação ainda existe.

Então, por que não procurar diminuir a distância entre as duas falas comentando sobre os aspetos que as separam? Quais são, afinal, as maiores diferenças entre o português Europeu e o português do Brasil? 

Tu e Você

Como já tinha referido, esta é a mais óbvia. Apesar de ambos serem utilizados nos dois países, a formalidade é diferente. Por exemplo, em situações informais no Brasil utiliza-se "você" e em Portugal o "tu". 
Por cá também usamos o "você", porém apenas em circunstâncias em que o "tu" é demasiado informal, podendo até ser considerado falta de respeito, e a terceira pessoa formal demais.
E quanto ao uso do "tu" no Brasil? 

Os acentos

Em português do Brasil escreve-se "gênero"; e em português Europeu "género". É uma diferença tanto de escrita como na forma de ler, e acontece em imensas outras palavras, como "tênis" e "ténis", "pôster" e "póster",  entre outras.

Dezesseis/dezasseis ou dezessete/dezassete

Esta é uma daquelas diferenças que quem não conhece pode até achar que está mal escrito. No entanto, "dezesseis" no Brasil está tão correto como "dezasseis" em Portugal. É apenas a pequena troca de uma letra.  Mesmo assim, é capaz de afastar um leitor que não esteja informado, por este achar que o autor da obra não sabe escrever números.

Outras palavras que também divergem:

– Ônibus/autocarro;
– Ponto de ônibus/paragem de autocarro;
– Carona/boleia;
– Trem/comboio;
– Banheiro/casa de banho;
– Porão/cave;
– Café da manhã/pequeno-almoço;
– Terno/fato;

As (dis)semelhanças entre rapar*** e garota

Coloquei os asteriscos porque esta palavra não é vista com bom tom no Brasil. Já em Portugal, é amplamente utilizada como o feminino de "rapaz", sem nenhuma conotação negativa.
O motivo de estar a enumerá-la é por não ser difícil encontrar no Wattpad em obras de escritores portugueses a palavra, e a maioria não faz ideia deste significado ofensivo. E até quem sabe por vezes deixa escapar sem querer, de tão habituado que está a utilizá-la. 

"Por que não?" e "Porque não?"

Quando este guia ainda estava bem no início, uma leitora deixou-me um comentário a pedir que dedicasse um capítulo a explicar a diferença entre o uso do "por que", do "porque" e do "porquê". Quanto ao "porque" e ao "porquê" conseguia explicar sem problema. Contudo, em relação ao "por que", fiquei com sérias dúvidas.
Depois de uma intensiva pesquisa, descobri que em Portugal tanto faz dizer "por que não?" ou "porque não?", pois ambas se usam na forma oral e estão corretas. E era justamente esta segunda que costumava utilizar. Claro que agora, após esse estudo, comecei a usar o "por que" em todas as ocasiões.

Fato/facto e contato/contacto

Antes do Acordo Ortográfico, o uso destas tão contestadas letras era uma dor de cabeça para quem fosse de Portugal e publicasse textos na Internet. Digo isto porque houve uma altura em que participei num concurso que envolvia escrever um capítulo extra do livro Divergente. E, na minha inocência, escrevi como no dia-a-dia, logo "ação" ficou "acção". Até que, no dia em que os capítulos foram tornados públicos para votação, vi uma enxurrada de críticas à forma como "ação" estava escrita.

Felizmente (ou infelizmente) o Acordo Ortográfico veio mudar muitas coisas. E em Portugal as palavras perderam as letras que não se liam. Todavia, algumas ganharam uma dupla forma de serem escritas, como "fato", que, visto que há quem leia o "c", pode ser escrita como "facto", estando ambas certas.
Pessoalmente, uso as duas formas e pode até acontecer ambas aparecerem no mesmo capítulo. É que a maneira como soam em frases diferentes pode variar. E, na altura em que se escreve, esses pequenos detalhes passam um pouco ao lado.

O Acordo Ortográfico de 1990 recentemente tornado obrigatório no Brasil trouxe também outras diferenças para o português brasileiro, como a eliminação do trema, em que "cinqüenta" se tornou "cinquenta"; a perda de alguns acentos, como "idéia" que passou a escrever-se "ideia", ou "vôo", que se tornou "voo". Além do mais, as regras da colocação do hífen também se alteraram, junto ao alfabeto, que ganhou três novas letras, o K, o W e o Y.


Haver tanta variedade dentro da mesma língua é muito interessante. E mais incrível ainda é a forma como nos entendemos, algumas vezes com mais ou menos dificuldade, mas sempre sem desistir de ultrapassar essas diferenças. Afinal, aquilo que nos une é mais do que aquilo que nos separa.

Estas foram as maiores diferenças que me lembrei, mas é certo que faltarão muitas mais. Caso se lembrem de mais alguma, não hesitem em deixar nos comentários
 Agradeço desde já!

2016 e 3 erros ortográficos a evitar

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.

Bem, quem diria que se chegaria a 2016? Se já não bastasse o fim do Mundo do ano 2000, ainda tivemos que ultrapassar o temido "Apocalipse Maia" de 2012, que teve até direito a um filme.

Se para as outras pessoas ano novo é sinónimo de uma ida ao ginásio e da promessa de começar a comer de forma mais saudável, para um escritor um novo ano representa mil e uma novas ideias para livros e muitos mais dias para pôr essas ideias em prática.


Ainda no ano de 2015, aproveitei para rever todos os capítulos deste livro, corrigir os erros que encontrasse, alterar alguns títulos e responder a comentários que na altura me escaparam. Para além disso, quis começar o ano a melhorar a minha ortografia, por isso apontei numa folha os três erros ortográficos que mais cometi, na esperança de nunca mais os cometer e de conseguir alertar também quem esteja a ler esta capítulo a encontrá-los na sua própria escrita, se for o caso.

Erro número 1: A repetição de advérbios

Uma palavra para este erro: falta de atenção. Ups, espere aí, três palavras, hehe.
Ser escritor implica ter uma concentração incrivelmente minuciosa para a própria escrita e para os próprios livros. Significa conhecer de tal forma aquilo que escrevemos que conseguiríamos identificar um texto nosso dentro de cem outros parecidos.
O problema é que às vezes estamos tão concentrados na história que o nosso cérebro deixa escapar estes detalhes. E algo que encontrei muito nesta obra e na O Mistério do Internato, onde também revi alguns capítulos, foram enganos deste género:

"O melhor é ir logo buscá-lo logo."

Afinal, a falta de atenção tem estes resultados, mesmo relendo o capítulo várias vezes.

Erro número 2: Separar o verbo conjugado

Até me sinto mal ao pensar nas vezes que fiz isto.
Em vez de, por exemplo, "sairmos", escrevia "sair-mos". Apesar de terem sido poucas as situações, agora percebo que está muito errado.

Erro número 3: Trocar o verbo da colocação do pronome

Tomemos três exemplos:
"Queria-lhe dizer algo."
"Queria dizer-lhe algo."
"Queria lhe dizer algo."

Há pouco tempo, eu consideraria as três formas corretas, porém só recentemente é que me informei que este género de pronomes deve estar somente ligado ao verbo que o tem como complemento, que neste caso seria o "dizer". Logo, a primeira frase estaria agramatical. 



Esta lista serve para mostrar que todos cometemos erros a nível ortográfico, quer seja por falta de atenção ou de conhecimento, e que a única forma de os evitar a cem porcento é lendo todos os manuais de escrita que existam e reler o texto mais de dez vezes e por vários dias, o que, sendo sensato, é impraticável. Se os escritores, até mesmo profissionais, fizessem isso todas as vezes que escrevem um capítulo, não teriam tempo para criar novas histórias ou passá-las para o papel.

Podemos estudar regras ortográficas, mas nunca deixemos que a nossa inspiração seja travada por estas por termos medo de errar.
Se ficarmos sempre à espera do momento certo, vamos acabar por não realizar nada.
Que 2016 seja o ano em que todos os escritores coloquem as suas inseguranças de lado e se arrisquem no mundo da escrita. Que a nossa frustração causada por medo de errar se transforme em vontade de aprender mais. Mas, sobretudo, que os nossos erros tragam as maiores e melhores lições. 

Um maravilhoso 2016 a todos!

Como utilizar as redes sociais para divulgação

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.

Se tivermos o objetivo de divulgar o nosso livro ou de manter contacto com os nossos leitores, as redes sociais podem ser a nossa melhor arma. Através delas, podemos também chegar a diferentes públicos, que poderão resultar em novos leitores.

Há imensos usos para uma página do Facebook, ou um grupo no Whatsapp, que costumam ser as opções mais usadas. Para além da questão de chegar a públicos diferentes, permitem ainda ter um contato mais íntimo com os leitores, podendo partilhar com eles novidades, pedir opiniões, mostrar o capítulo antes de o publicar no Wattpad. E assim, para além do escritor, também os leitores ganham com isso.

No Facebook, no Twitter ou no Instagram, três redes sociais muito utilizadas nos dias de hoje, pode ser criada uma página/conta do livro ou do próprio autor. Já no Whatsapp ou no grupo do Facebook, o objetivo é mais de haver um diálogo entre os leitores e o autor das obras que estes seguem.

Quem sabe se um leitor não terá uma ideia para a história melhor do que as até aqui pensadas? Para além disso, poderá dar a sua opinião quanto à capa ou à descrição, e ainda confidenciar quando sente que algo ficou mal explicado ou que não se percebe bem.

No entanto, convém esperar por ter uma boa base de leituras para poder avançar com o projeto. Pois há sempre o risco de ninguém querer aderir ao nosso grupo ou colocar gosto na nossa página. Se for este o caso, não desistam de continuar a escrever até atingirem o vosso objetivo de leituras. Como já tinha dito, apenas com o esforço e a dedicação se conquistam leitores. 


Para terminar, lembrem-se sempre do poder das redes sociais na sociedade atual e das possibilidades que têm de jogar com elas, principalmente quando o assunto é a divulgação de um livro. No entanto, para poder tirar o melhor proveito destas é necessário haver um bom produto inicial, o qual pode exigir algum esforço e, sobretudo, muita, mas mesmo muita, paciência.

5 tipos de descrições no Wattpad

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.

No Wattpad, quatro fatores são fundamentais para atrair um leitor a ler o nosso livro; a capa, o título, o número de visualizações e, por fim, caso o leitor se sinta minimamente interessado e clique para saber mais, a descrição. Por isso, é essencial não descuidar desta.

Uma descrição cativante começa na primeira frase. Até diria mesmo na primeira palavra. Se este elemento falhar, a probabilidade do leitor se desinteressar é muito maior.

Exemplo 1 — O Diálogo/Citação

"Mesmo se você tivesse nascido noutro continente, noutro país, noutra cidade, acabaríamos por nos encontrar um ao outro. Seria inútil tentar mudar isso. Por mais que nos separemos, o Destino encarregar-se-à de nos juntar novamente. Helena, não parta mais uma vez. A sua família e os seus amigos estão aqui. Foi neste local que a sua história começou e é aqui que deverá terminar."

Ficaram a perceber qual é o enredo? Encontraram o que tem de diferente das outras histórias? Mesmo que tenham alguma teoria, não passa disso.
E é este o problema de algumas descrições; são demasiado vagas. Diálogos muito raramente funcionam, e citações funcionam ainda menos. Para além disso, se não forem citações vossas ou do vosso livro, calha um pouco mal. 

Exemplo 2 — A Biografia do Instagram

A história de Helena, uma estudante de vinte anos, alta, com o cabelo castanho ligeiramente ondulado e olhos verdes, que, após um ano de intercâmbio, regressará a casa, onde terá que lidar com situações que nunca esperou passar.

Este exemplo é uma referência às milhares de descrições no Wattpad que começam com uma descrição da personagem que mais parece um book de modelo.
Mostrem ao leitor o que têm de excepcional. Qual é a vossa característica diferenciadora? Antes de tudo, temos que fazer esta pergunta a nós mesmos.

Exemplo 3 — A Constituição

Plágio é crime e pode dar pena prisão. De acordo com a lei 123456 do Código Penal da Genóvia, qualquer reprodução total ou parcial de uma obra sem o expresso consentimento do autor poderá resultar em processo penal. Portanto, não o faça. A não ser que se queira arriscar a ser multado ou levado para a cadeira...

Esta é aquela descrição que o leitor é obrigado a saltar toda a introdução, pois é muito provável que não esteja ali com o objetivo de plagiar a obra nem de ir confirmar ao Código Penal se é mesmo isso que diz aquela lei.
Estão a imaginar um plagiador que abra a vossa obra e pense: "Bolas, estava mesmo pronto a copiar este livro para o reproduzir noutra conta sem o expresso consentimento da autora, mas com esta referência à lei dos direitos de autor na descrição já não posso." 
Resumidamente, quem quer copiar, copia. Tanto lhe faz se isto está escrito na descrição do livro, pois a enormíssima maioria de nós está ciente desta proibição, e mesmo quem não está dificilmente se dará ao trabalho de passar um livro inteiro (sim, porque o Wattpad não deixa copiar texto) só para o publicar sob o seu nome.

Exemplo 4 — O Pedinte

Por favor, leiam o meu livro, votem e comentem. É a história de...

Com essa primeira introdução, 75% dos leitores que estavam interessados deixaram de o estar. Se a vossa obra fosse boa e tivessem confiança nela, acredito que não colocariam essa introdução. E é justamente isso que qualquer leitor pensaria, para além de que ninguém gosta de ser obrigado a nada.

Exemplo 5 — A Descrição Completa

Helena regressa após um longo ano de um intercâmbio em França. Já no seu país de origem, percebe que várias coisas mudaram. Os amigos de infância trocaram-na por novas amizades, o melhor amigo distanciou-se e a mãe acusa-a de não ter dado notícias suficientes enquanto esteve fora. Agora na cidade onde nasceu, terá que provar a todos que, mesmo tendo ganho um francês impecável, continua a ser a mesma Leninha de sempre. E isto, se entretanto um certo francófono não a fizer mudar de ideias e convencê-la a voltar a França.

Viram? Elementos diferenciadores: França, intercâmbio, regresso à cidade natal e dificuldades de adaptação ao país de origem.

Estas descrições foram inventadas só para vos poder exemplificar o que acontece no Wattpad, porém é fácil compreender que a última se torna muito mais eficiente. Com poucas mais palavras que as anteriores, consegue mostrar ao leitor quais os temas do livro num único parágrafo. Não é demasiado curto, nem demasiado longo. E é justamente isso que devem procurar.
Claro que tudo isto também depende muito dos gostos do autor e do livro em questão. Pode ser que, em certos casos, um diálogo resulte melhor que um resumo da história. Ou que uma citação nos informe imediatamente de todos os assuntos contidos na obra. Contudo, na enorme maioria dos casos, não é bem assim.


Lembrem-se sempre que o vosso livro é só mais um na vasta coleção de títulos publicados no Wattpad. Por isso, se o vosso objetivo é diferenciarem-se, devem dar tanta importância à descrição como dão à capa, ou à divulgação. Para além disso, tal como já referi imensas vezes, é inútil perder tempo a divulgar quando não temos conteúdo. Mas sem uma descrição boa, como é que os leitores vão adivinhar isso antes de ter decidido começar a ler?

5 frases de motivação para escritores

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.

Enquanto escritores, todos já passámos por um momento de pouca motivação para continuar a escrever. O motivo? A falta de sucesso no cumprimento dos nossos objetivos.

Tal como tudo, a escrita é um processo lento e duro. Por vezes, em busca do melhor capítulo ou das melhores palavras, podemos ficar horas em frente a um ecrã do computador ou de uma folha de papel. Buscar a melhor forma de nos expressarmos custa. Elaborar uma boa descrição ou um bom diálogo custa. E estas são situações que não se tornam mais fáceis com o tempo. A nossa escrita é que se torna melhor. Pensar é sempre difícil, independentemente da nossa capacidade.

Para ajudar todos os escritores nesta situação, colocarei cinco frases de um livro muito conhecido chamado "Pai Rico, Pai Pobre", de Robert Kiyosaki.

Como ele é empresário e trabalha no ramo da Economia (que por acaso é a minha área de estudo), as dicas que ele dá aplicam-se sobretudo aos negócios relacionados com mercados e investimentos. Porém, as que aqui colocarei aplicam-se a todas as áreas humanas.

"Quanto mais eu arrisco ser rejeitado, melhores são as minhas chances de ser aceite."

Então, por que não dar uma oportunidade àquele livro que temos na cabeça e que não ganhámos coragem de passar para o papel?

"Quando uma pessoa deixa de procurar por novas informações e conhecimento próprio, a ignorância prospera."

Enquanto leitores, nunca vamos saber tudo o que há para saber sobre o mundo das palavras. Por isso, estudar esta arte e treiná-la tanto quanto possível é fundamental para continuar a evoluir.

"Caso se encontre num buraco, pare de cavar."

Persistir na perfeição de forma a condicionar a nossa imaginação é um erro crasso. Continuar a escrever um livro sabendo que não estamos a levar a nossa história para lado nenhum também é um erro crasso. O importante é continuar a andar em frente e não a cavar buracos por baixo de nós que só nos vão atrasar ou deixar afundados.

"Falhados desistem quando perdem. Vencedores falham até que sucedam."

O livro que escreveram não foi aceite por uma editora ou não fez sucesso no Wattpad? Continuem a escrever. Tentem novas formas de escrita. Aprendam mais sobre como atrair leitores. Se aprenderam algo novo com o fracasso, então já ganharam.

E, para terminar, uma frase que já fala por si e que não necessita de comentários:

"O fracasso inspira os vencedores. E o fracasso derrota os perdedores. É o maior segredo dos vencedores. É o segredo que os perdedores não sabem. O maior segredo dos vencedores é que o fracasso inspira a vitória; por isso, eles não têm medo de perder.

Aprenda a utilizar a linguagem corporal na escrita

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.

No capítulo anterior falei da importância da linguagem corporal na descrição de diálogos e acontecimentos dentro da narrativa. No entanto, devido à existência de inúmeras emoções e estados de espírito, irei fazer uma lista com mais algumas onde se poderão inspirar. 

Contudo, tenham também em conta que a forma de reagir a uma emoção varia de pessoa para pessoa, e neste caso de personagem para personagem. Pois, por exemplo, pode haver quem reaja de forma apática à tristeza, ou quem a transforme em mágoa e raiva.

Irei falar das principais, que quando misturadas dão origem a outras emoções.

Devemos ter também em conta que a tristeza pode ser causada pela saudade, pela culpa, pela solidão, pela vergonha, entre outros, ou a própria tristeza pode fazer-nos sentir culpados por estarmos tristes.

A primeira delas será a felicidade:
Quando a personagem está feliz e satisfeita com algo, ela tem tendência a sorrir mais e fazer piadas, assim como gerar um ambiente de alegria à sua volta.  Além destes aspetos, também costuma mover mais os braços, as pernas e o rosto, falar mais alto e ter uma gargalhada mais forte.

A surpresa:
A primeira reação que nos vem à mente quando pensamos em surpresa é a de abrir a boca e arregalar os olhos, porém existem outras, como gritar, levar as mãos à boca, sorrir incontrolavelmente (se for uma surpresa boa), não ser capaz de falar, ou até desatar a chorar de felicidade/tristeza, dependendo do caso.
Quando a surpresa se une ao medo, podemos ainda perder a força nas pernas e cair de joelhos no chão.

O medo:
O medo existe como forma de garantir a nossa sobrevivência, daí também estar tão presente na vida animal (aliás, todas estas emoções estão, porém algumas mais que outras).
Quando estamos assustados ou inseguros, costumamos suar mais e sentir o nosso corpo e rosto quentes. Nos casos mais visíveis de medo, podemos tremer, sentir a boca seca, perder a força nas pernas, engolir em seco, ter os batimentos cardíacos fortes e até desmaiar.

A raiva:
Quando sentimos raiva, temos tendência a reagir com movimentos bruscos e a cerrar os punhos. Para além disso, baixamos as sobrancelhas, e quando é um caso extremo ficamos com manchas vermelhas no rosto e batemos com os dentes.
Além do mais, quando sentimos raiva também costumamos agir sem pensar, guiando-nos mais pela nossa emoção do que propriamente a razão.

A repugnância (nojo):
O sentimento de aversão faz com que tenhamos várias reação naturais, como enrugar o nariz, afastarmos-nos do que nos está a causar essa sensação, entortar os lábios para baixo e em casos mais graves ter vontade de vomitar, cobrir a boca e apertar o nariz com as mãos.

E, por fim, a tristeza, que pode fazer com que fiquemos apáticos, no caso de pessoas reservadas ou até com dificuldades/aversão em expressar os próprios sentimentos, ou com vontade de chorar, levando-nos a tremer, mostrar movimentos de hesitação, balançar a cabeça em negação, ter vontade de gritar, entre outras reações.

3 dicas rápidas e importantes para escrever melhor

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.

Quando aliada a um enredo intrigante e a uma divulgação eficaz, a existência de uma boa qualidade de escrita torna-se essencial para o sucesso de um livro. Sendo assim, o mais importante a fazer é melhorá-la tanto quanto possível antes de investir em força no terceiro fator, a divulgação.

Enquanto escrevo faço uso destas três dicas, pois são úteis independentemente do género literário ou da parte que se está a escrever. Para além disso, ajudam a corrigir comportamentos errados que podemos ter e que tornam os nosso capítulos tediosos ou confusos. 

Começaremos pelo primeiro, referente ao ritmo:

Definir o ritmo de cada parte

Estudem este parágrafo. Tenham atenção aos pontos finais. É uma escrita monótona. Contém várias frases separadas. Ao lê-la o ritmo torna-se parado. Talvez até sem vida.

Agora vejam. Variando o tamanho das frases, o parágrafo ganha um balanço. Um ritmo especial. Quase como o compasso de uma música. Afinal, a música e a escrita estão ligadas, são artes. E a Arte está em tudo. 

E depois, quando se chega a um momento mais calmo, de forma a dar descanso ao leitor e a embalá-lo com alguma descrição, algo que necessite de ser levado a sério, como uma informação de mais valor, podemos investir numa frase longa e delicada. 

Utilizar um dicionário de sinónimos

Digamos que se há algo que necessito imenso quando escrevo é um dicionário de sinónimos. Pode até nem ser um livro físico, que nos obrigue a perder tempo a procurar  pela palavra em questão, mas sim um dicionário online.

É útil nos mais variados casos, como o que precisamos de outro adjetivo para não repetir o que utilizámos antes, assim como quando nos esquecemos da palavra que queremos utilizar. Para além disso, ajuda a tornar a escrita muito mais diversa e a evitar que coloquemos sempre a mesma expressão. Só não pode ser utilizado em exagero, como para dizer que a personagem se está a sentir feliz, alegre, contente, sorridente, animada e satisfeita. Só pelo adjetivo feliz percebemos isso; não é preciso insistir.

Estudar a linguagem corporal de cada emoção

Para saberem  melhor ao que me estou a referir, pesquisem "emoções na linguagem corporal" e vejam as listas intermináveis de pequenos gestos ou expressões que todos os seres humanos partilham quando sentem uma determinada emoção. Ao fazer isso, irão ficar com uma noção muito melhor destas, podendo aplicá-las no vosso livro.

Assim, caso a personagem se sinta, por exemplo, envergonhada, poderão adicionar que ela evita o contato visual, tem as mão suadas, treme ligeiramente e cora. E estas descrições irão fazer com que o leitor se sinta mais dentro da história que está a ler, tornando aquele momento muito menos superficial.
Usem e abusem destes detalhes, pois, para além de ajudarem a compreender a personagem e a sua personalidade, também dão ao leitor algo que sentir, deixando-o motivado a continuar a ler.



Para terminar, lembrem-se sempre de que a evolução na nossa escrita é lenta e pouco perceptível. Porém, se nunca desistirmos de continuar a escrever e tentarmos aprender algo novo todos os dias, não tardarão a surgir resultados positivos.

O público-alvo do nosso livro

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.


Dos variadíssimos motivos que existem para que a divulgação de um livro não seja tão eficaz, o fato deste elemento não ser levado em atenção é uma das mais importantes.
Neste sentido, o público-alvo é o tipo de leitores para quem estamos a escrever e envolve, por exemplo, a idade, a instrução, o país de origem,  entre outros aspetos.

Para poder explicar com mais facilidade a importância de este estar definido, irei começar por falar do mais fácil de perceber: a idade do leitor.
 
Como é natural, temas mais fortes e pesados não são desejados por leitores mais sensíveis, portanto qualquer que seja a divulgação que lhes chegue será muito menos eficiente. E o mesmo ocorre para dramas de adolescência ou passados no Ensino Médio, que pouco interessam a leitores adultos.

Da mesma forma, romances cheios de gírias e expressões idiomáticas de Portugal serão pouco cativantes para um leitor do Brasil, e o mesmo ocorre no sentido contrário. 

A escolha de um público-alvo para o nosso livro é fundamental para o sucesso da obra, pois fará com que a probabilidade da nossa divulgação resultar aumente, já que saberemos com muito mais facilidade distinguir entre quem deveremos divulgar e quem não estará interessado.

Uma forma de saber os gostos dos leitores é procurar nas suas lista de leitura o tipo de livros que lêem. Assim, temos uma visão rápida do tipo de leitor e ficamos a saber se fazem parte, ou não, do mesmo público que a nossa obra.

Para começar todo o processo, a primeira coisa a fazer é olhar para o nosso livro e fazer o seguinte estilo de perguntas:

— Qual a faixa etária que mais estará interessada neste tipo de enredo?
— A minha escrita é facilmente compreendida por alguém fora do meu país?
Feitas de forma a poder responder à questão essencial:
— Quem é o meu público-alvo e como poderei chegar a ele?
 
E assim, com uma boa reflexão crítica sobre o nosso trabalho e sobre os assuntos que ele retrata, poderemos tornar a produtividade da nossa divulgação imensamente mais eficaz.

Lidar com o ódio no mundo da escrita

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.

Este é um tópico que até agora não referi, porém é essencial para qualquer pessoa, principalmente quem se aventure no ramo da escrita digital.

Como já devem ter reparado, o ódio está em toda a Internet e até mesmo no Wattpad, na maior parte das vezes disfarçado de opinião ou de argumento construtivo, e no geral tende a crescer de forma proporcional ao sucesso do livro de um determinado escritor, tendo por mero objetivo o de ofender.

Por exemplo, se encontrarem uma obra com muitos erros ortográficos e com mais visualizações do que o esperado, poderão também encontrar alguém a comentar que o autor é um analfabeto ou que não sabe escrever. O que acontece é que, mesmo que isso seja verdade, temos que ter respeito por quem se dedica a publicar o que escreve, pois a educação pode variar por vários motivos, desde demográficos a económicos, e pode até mesmo estar relacionado com a idade precoce de quem está a escrever, logo espalhar o ódio só irá fazer com que esse escritor se sinta mal consigo mesmo, independentemente da qualidade do enredo que imaginou para o seu livro, e que veja o sonho de se tornar um escritor ser despedaçado. Para além disso, é óbvio que comentar uma coisa dessas não tem nenhum fundamento construtivo.

O ódio, ou hate, em inglês, é tão comum na Internet devido ao anonimato que nos é dado e pode ser encontrado em praticamente todas as redes sociais.

A pessoa pode até estar a dizer algo que faça sentido ou que contenha um pouco de verdade, mas se existir desprezo pelo nosso trabalho e, sobretudo, ofensas, podemos sempre considerar bloqueá-la de forma a que perca o acesso à nossa conta, contudo tal deve ser bem ponderado e só utilizado como última opção.

De qualquer forma, a melhor forma de lidar com ele é mantendo a serenidade, sem nunca utilizar violência verbal ou descer ao mesmo nível, pois, por vezes, o melhor a fazer é ignorar e não responder. Quem sabe se essa pessoa não está a ter um dia mau e resolveu descarregar a raiva num dos nossos capítulos?
Para terminar, lembrem-se sempre de que não fazer nada também é fazer algo, portanto não responder pode ser por vezes a melhor opção. Afinal, haters gonna hate.

Ler os nossos próprios textos antigos

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.

Qualquer escritor, e quando digo isso é mesmo qualquer um, desde profissionais a amadores, e passando pelos mais bem-sucedidos de sempre, melhora a sua escrita com o passar do tempo. Não é imediato, nem é direto, porém basta pegar numa obra mais antiga e compará-la com uma mais recente. Até se o fizerem com os vossos próprios textos, certamente notarão isso, e a diferença será tão maior quanto o tempo de diferença. Da mesma forma, se lerem um dos primeiros livros de um autor famoso e o compararem com um mais novo, verão que até ele teve que passar uma fase em que a qualidade da escrita era muito inferior.

Podem até considerar que já escrevem de forma boa e razoável, mas se daqui a uns meses ou até anos voltarem a ler o que criaram, é mais do que certo que irão pensar: "A sério que um dia achei que isto fosse bom?". E, se tal acontecer, dêem-se por agradecidos, pois a evolução aconteceu e isso é o mais importante para qualquer pessoa que se dedique à escrita de forma amadora ou mesmo profissionalmente.

Posso dizer-vos isto por experiência própria, pois recentemente dediquei-me a rever um livro que terminei de escrever em março deste ano e agora, em outubro, não consigo parar de pensar como é que cometi tais erros, que passam por ritmos fracos, diálogos extremamente superficiais, vocabulário pouco enriquecido e até a utilização de tempos verbais incorretos. Claro que, na altura, pensei que aquela obra estava boa ao ponto de a poder entregar a uma editora. No entanto, agora, ao relê-la, vejo que essa evolução, de facto, aconteceu. E a verdade é que foi motivada principalmente pelo fato de que nunca desisti de continuar a escrever. 

Como já tinha dito antes, não se chega à perfeição perseguindo-a. É quase como o paradoxo do hedonismo, que diz que quem persegue a felicidade é miserável, porém quem persegue outro objetivo atinge a felicidade. Neste caso aplica-se isso à perfeição, em que a melhor forma de a atingir (ou pelo menos de nos aproximarmos desta) é escrevendo novos livros e novos textos, sem nunca desistirmos de aprender e conhecer mais um pouco sobre tudo, aceitando continuamente que há sempre mais a saber e que a nossa escrita pode se tornar muito melhor do que aquilo que já é.

Escrever na 3ª pessoa

Este post foi retirado do meu livro de dicas para jovens autores, Para escritores no Wattpad, e está disponibilizado na íntegra nessa mesma plataforma.

Anteriormente dediquei um capítulo à escrita na primeira pessoa, porém a terceira também é muito utilizada e merece o seu destaque.

Neste modo de escrita, a história é descrita por um narrador que não é uma personagem no interior da narrativa e pode entrar dentro dos pensamentos mais íntimos das várias personagens. Para além disso, ao contrário da primeira pessoa, o escritor também tem muita facilidade em apresentar as descrições do espaço e do tempo.

Para quem já utilizou os dois tipos, sabe o quão são diferentes, porém a escrita na primeira pessoa pode ser mais fácil para escritores iniciantes, pois na terceira é comum haver uma certa repetição dos nomes das personagens, por exemplo:

"Emília disse que não concordava, contudo Horácio manteve a sua opinião. Já a Juventina absteve-se do assunto e não apresentou nenhum argumento. Mesmo assim, Horácio e Emília continuaram a sua conversa, até que Juventina decidiu ir embora, deixando Emília indignada."

Pode parecer óbvio, mas mesmo assim acontece frequentemente no Wattpad, pois nem sempre é fácil enquanto escritor encontrar estes pequenos pormenores nos nossos textos.

Claro que em certos géneros a terceira pessoa facilita muito o trabalho, já que, tomando por exemplo a fantasia, descrever diferentes mundos e seres não é uma tarefa simples na primeira pessoa.
No entanto, como nas histórias de terror, drama ou romance, o autor pode utilizar a primeira pessoa, pois esta permite ao leitor imaginar-se com muita mais facilidade dentro de uma personagem e ter as mesmas sensações que esta, aumentando assim o suspense e a intensidade das emoções que a leitura nos transmite.


Para terminar, quer escolham uma quer outra, lembrem-se sempre de que a escolha que fizerem não é obrigatoriamente fixa, porque até mesmo para autores profissionais é comum trocar este aspecto a meio do livro, ou mesmo após estar terminado.

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