A verdade é que há livros em que é praticamente impossível decorar quem são todas as personagens que intervém ou que são apenas referidas, pois chega-se a um ponto que as descrições e nomes se misturam de uma forma tão confusa que só pode ser resolvida começando a ler o livro de novo. Quando isto acontece, é quando existe excesso de personagens na obra.

Para quem for escritor, a melhor forma de evitar que isto aconteça é mantendo um controle estrito de personagens principais e secundárias. Se alguma destas aparecer na obra mas não tiver nenhuma influência no enredo (por outras palavras, se puder ser eliminada sem fazer nenhuma diferença na história), então é hora de a retirar. 

Por outro lado, também existe a opção de pedir a alguém conhecido que leia a nossa história e que nos dê a sua opinião sincera relativamente a esta situação, o que também é útil noutros aspetos.

É de relembrar ainda que o nosso entendimento como escritores relativamente ao livro é diferente do dos leitores, já que as situações descritas foram tiradas da nossa cabeça e é fácil cometer erros básicos ao tentar recriá-las por palavras. Se alguém que esteja a ler a nossa obra nos diga que não está a perceber algo, então é hora de pegar nessa parte em questão e melhorá-la o melhor possível.

Uma forma de evitar que isto aconteça que não envolve apagar personagens é a de atribuir uma característica única e simples a cada uma delas. Por exemplo, uma personagem chamada Bryan que venha de Inglaterra é difícil de esquecer, pois sempre que o nome dele seja lido o leitor logo o associará com o país de onde vem, principalmente se as restantes personagens tiverem nomes portugueses. 

O excesso de personagens é comum de acontecer, e pode ser justificado em livros do género histórico e novela. Porém, se o vosso número de personagens principais e secundárias combinado é superior a dez, tenham em atenção a possibilidade de os leitores se terem perdido quanto a quem é quem.